GRANDES BANCOS E O COMÉRCIO ESTĀO ABRAÇANDO A CRYPTOECONOMIA, MAS E OS FUNDOS DE PENSĀO?
Enquanto todo mundo se volta para os preços das cryptomoedas subindo e descendo, bancos e instituições financeiras tradicionais vem construindo a infraestrutura que desempenhará um papel crucial no futuro da digitalização dos ativos, também chamada de tokenizaçāo dos ativos.
SWIFT
A SWIFT - Society for World Interbank Financial Telecommunication, sistema utilizado para transferências internacionais de $$$, está testando a transferência de cryptoativos em sua rede.
Nāo, o SWIFT nāo pretende tornar as transações com Ethereum e Bitcoin mais fáceis. Eles estāo testando a liquidação de operações envolvendo ativos e moedas digitais, provavelmente de olho em CBDCs – as moedas digitais dos bancos centrais, como o DREX tupiniquim – e ativos digitalizados.
Isso pode ser um passo enorme para os RWA – Real World Assets, que é a representação no blockchain de ativos que existem fora do mundo digital (ativos tangíveis ou bens físicos) como títulos públicos, imóveis, maquinário, ações, moedas etc.).
Por que? Porque mais de 11 mil bancos e instituições financeiras ao redor do mundo estao conectadas à rede do SWIFT. Se os testes forem bem-sucedidos, isso significa que a digitalização de ativos | tokenizaçāo de ativos pode decolar, com adoção em massa mundo afora.
Ano passado o SWIFT, em colaboração com a Chainlink, BNP Paribas e BNY Mellon, também testou a conexão de blockchains privados com blockchains públicos, com sucesso, que permitirá deslanchar transações com ativos digitais.
Mastercad, JPMorgan e Citigroup
Em maio do ano passado, Mastercard, JPMorgan, Citigroup e outros grandes nomes do setor financeiro tradicional se uniram e testaram, também com sucesso, uma rede de liquidação de operações financeiras
Os grandes bancos e as maiores administradoras de meios de pagamentos do mundo estão tão famintos por crypto (pelo menos por RWA), como as pessoas físicas.
Esses movimentos permitirão a adoção em massa dos ativos digitais o que inevitavelmente levará a popularização dos cryptoativos pelo publico em geral.
Visa e Metamask
MetaMask e Visa formaram parceria para lançar um cartão de débito de cryptomoedas, diferente de todos as demais iniciativas existentes até aqui.
O cartão se parece com um típico cartão de débito, mas permite que você pague diretamente da sua wallet, i.e., sua carteira digital, da Metamask.
Você controla suas cryptomoedas até passar o cartão em qualquer estabelecimento da gigantesca rede de pontos comerciais da Visa-Mastercad espalhada pelo mundo e dali para frente parte delas é transferida.
As transações ocorrem na Linea, uma rede de “segunda camada” (layer-2, em inglês) do blockchain Ethereum, assegurando rapidez e eficiência.
Esse é um passo importante por alguns motivos:
Facilita operações diretamente no blockchain (on-ramp, como se diz na comunidade crypto) : simplificando as transações do dia a dia;
Permite a inclusão financeira: tem potencial para trazer para o sistema bancário as pessoas que não possuem acesso ao sistema financeiro tradicional (TradFi, mais um jargāo crypto);
Faz convergir fintechs com o sistema financeiro: a fusão dos bancos | sistema financeiro tradicional com o blockchain está acontecendo rapidamente.
Supermercado Zona Sul no Rio de Janeiro
De olho principalmente nos turistas, a tradicional rede de supermercados Zona Sul começou a testar, em dezembro passado, a aceitaçāo de crytomoedas como pagamento.
A parceria do Zona Sul foi feita com a rede de blockchain Transfero. Basta o cliente baixar um app (Transfero app) no smartphone para fazer pagamento de suas compras. As maquininhas dos caixas estāo integradas com o app.
O cliente lê o QR-Code mostrado na maquininha do caixa, indica em qual blockchain estāo suas cryptomoedas e os valores são debitados automaticamente de sua carteira digital (wallet).
Sāo aceitas uma serie de cryptomedas como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL) e BNB e stablecoins – cryptomoedas lastreadas em dólar ou em alguma outra moeda estrangeira – tipo USDT, USDC, BRZ, EUROZ.
A sacada do Zona Sul trás duas vantagens para os turistas que optarem pelo pagamento em crypto.
Tem custo menor do que outros meios de pagamento, tipo cartão de crédito | debito, que envolvem taxas cobradas do estabelecimento pelas operadoras das maquininhas, pela administradora do cartão e pelo banco do cliente.
São mais seguras numa cidade como o Rio de Janeiro, pois as carteiras digitais de cryptomoedas possuem mais mecanismos de segurança do que os apps de bancos e o uso das wallets ainda é pouco difundido entre a bandidagem, o que dificulta a apropriação dos recursos em caso de assalto ou furto.
Já dá para perceber que a era da economia digital nāo vai embora, ela chegou para ficar. Fundos de pensāo e planos de previdencia complementar podem ser vítimas de seu próprio conservadorismo.
Nāo se trata mais da adoçāo tardia das novas tecnologias, mas sim da sobrevivência de todo um setor que poderá deixar de embarcar na “Arca de Noé” num momento em que as águas ja começaram a subir …
Grande abraço,
Eder.
Opiniōes: Todas minhas | Fontes: Coinjournal | Brandon Turp | Valor Economico.